Por Larissa Coutinho Fonseca
A “gagueira”, também chamada de disfluência é uma desordem da fala que se inicia na infância e cuja causa é até hoje considerada desconhecida, ou pelo menos não há um consenso sobre sua origem.
Esta interrupção na fluência verbal é caracterizada por repetições ou prolongamentos de sons e sílabas, sendo que, essas vacilações na fala não são prontamente controláveis e podem ser acompanhadas por outros movimentos e por emoções de natureza negativa, tais como medo, embaraço ou irritação (Wingate, 1964).
Durante a infância, em decorrência do complexo processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem, é comum as crianças passarem por períodos de “gagueira”, tais como, hesitações, repetição de sons, sílabas ou palavras. Em boa parte das crianças, essas disfluências são comuns e tendem a desaparecer em pelo menos seis meses.
Porém, em crianças que apresentam:
- Antecedentes familiares de gagueira;
- Desordens da comunicação: trocas dos sons da fala, defasagens na aquisição e no desenvolvimento da linguagem, alterações dos órgãos fonoarticulatórios (língua, dentes, céu da boca…);
- Família com traços linguísticos desfavoráveis: falam muito rápido, são muito criticas ou muito exigentes quanto ao padrão de fala, com estilo de vida muito acelerado;
- Características de personalidade predispondente: timidez, baixa resistência a frustração, perfeccionismo, ansiedade…
…essas disfluências podem evoluir para um quadro crônico de gagueira/disfluência.
Não existem receitas de “como fazer”, até porque cada criança e cada família são únicas. Porém, algumas sugestões podem auxiliar na melhora da fluência e na interação comunicativa. São elas:
- Reservar um tempo, diariamente, para dar atenção exclusiva à criança.
- Ler e contar histórias sempre que possível.
- Favorecer a expressão verbal dos sentimentos.
- Promover um ambiente familiar de conversação não competitivo.
- Manter contato de olho natural enquanto a criança está falando.
- Encorajar a criança a falar.
E afinal, o que prejudica a fluência?
– Dizer à criança para ela relaxar, acalmar-se ou pensar antes de falar.
– Chamar a criança de gaga.
– Criticar ou corrigir a fala da criança.
– Completar o que a criança está falando ou interrompê-la enquanto o faz.
– Apressar a criança quando ela estiver tentando falar.
– Forçar a criança a falar.
– Superproteger a criança.
Para finalizar, devemos lembrar que caso o seu filho tenha alguma alteração na forma de comunicação, o ideal é procurar um profissional especializado e competente para uma avaliação detalhada.
Sugestão de leitura da fono!
Se seu filho tem alguma dificuldade comunicativa, ele merece atenção urgente. Sua voz, sua fala e sua fluência decidirão seu futuro, pois uma criança feliz é aquela que consegue se comunicar efetivamente.
E é com grande respeito que indico uma obra desde profissional que merece todo meu respeito e que nos deixou um grande legado literário.
Pedro Bloch era jornalista, músico, teatrólogo e médico formado em Medicina em 1937 na Faculdade Nacional de Medicina. Especialista em FONIATRIA, área relacionada a Fonoaudiologia, atendia, principalmente crianças, de onde, dizia ele, tirava inspirações para os seus mais de 50 livros sobre literatura infanto-juvenil.
Espero que essas dicas ajudem.
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MUITAS IDEIAS PRONTAS PRA USAR!
Conheça a AUTORA!
Larissa Coutinho Fonseca é mineira de nascimento, rondoniense de coração e brotense por convicção.
Graduou-se em Fonoaudiologia no ano de 1999 pela PUC de Goiás, onde começou sua paixão pela educação de surdos que a fez buscar os estudos de Psicopedagogia. Mais tarde, iniciou especialização em Audiologia e Língua Brasileira de Sinais (tradução e interpretação).
Atualmente, estuda e atua em consultório nas áreas de Linguagem e Distúrbios de Aprendizagem (dislexia, alterações do processamento auditivo e TDAH).
Autora do perfil @fgalarissa no Instagram.
Larissa Coutinho Fonseca
Fonoaudióloga Clínica / Especialista em Audiologia
CRFa 2 – 5412-6
Psicopedagoga
Intérprete de LIBRAS
Aprimoramento em Linguagem e Transtornos de Aprendizagem: dislexia e TDAH
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