Por Anna Cruz
Salários mais curtos que os trinta dias do mês, insegurança e preços irreconhecíveis impõem a todos o compromisso de austeridade. Para muitos pais a meta é fazer malabarismos que permitam preservar a verba destinada à educação.
Já contei que faço trocas interessantes para ter o volume de livrinhos que coleciono. A voz interior pergunta “você troca uma roupa nova por cinco livrinhos?” e eu respondo “siiiiiiim!”.
Escolhas – cada um faz as suas e arca com as consequências; às vezes me ressinto com elas, claro.
No entanto, momentos economicamente sensíveis pedem mais. Talvez exijam mais cidadania. Para manter vivo o hábito da leitura, é hora de recorrer às bibliotecas (pública, da escola, da igreja).
Minha última visita à maior biblioteca pública da minha cidade, infelizmente, foi um soco no estômago: lâmpadas queimadas proporcionavam uma iluminação precaríssima, uma parede que dividia seções havia caído (sorte que não havia nenhum ser vivo por perto) e o ambiente mataria um alérgico em minutos.
Sai de lá frustrada e não voltei com minhas meninas. Zero para mim. Deveria ter voltado, registrado com fotos o que eu vi, espalhado lá no “Sobre Isso e Aquilo” e feito uma marolinha. Faço agora.
Momentos economicamente sensíveis talvez exijam mais criatividade. Reunir a meninada para leitura coletiva, formar um clube em que o livro circule por rodízio ou também promover trocas entre amigos certamente pode ser divertido.
Momentos economicamente sensíveis talvez exijam mais atenção.
Não dá para investir dinheiro em livrinhos que não sejam merecedores de um lugar permanente na estante e no coração. Ler resenhas (ou “sobres” hehehe), passear pelas livrarias e trocar informações resultam em recurso bem aplicado, com garantia de retorno.
Momentos economicamente sensíveis talvez exijam mais amor. Livros continuam sendo um lazer relativamente barato e imensamente saudável. Mas é preciso revestir o ato da compra e o consumo, o momento da leitura, com uma atmosfera carinhosa.
Acho que o processo de envolver a criança na escolha, oferecer tempo junto para isso, ler a sinopse com ela, depois deitar abraçadinho e dividir páginas atribui ao objeto um caráter muito, muito especial.
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MUITAS IDEIAS PRONTAS PRA USAR!
Conheça a AUTORA!
Anna Cruz é graduada em Direito, especialista em Geriatria e Gerontologia, mestre em Direitos Humanos.
Autora do livro “Vulnerabilidade humana e envelhecimento: o que temos a ver com isso”, editado pela Portal Edições, 2015.
É mãe da M.L. e da C., filha da Vera e do Orlando, da Ana Maria Machado e do Ziraldo, da Ruth Rocha e do Sidónio Muralha, da Eva Furnari e do Roald Dahl, da Silvana Rando e do Michael Ende, da Sylvia Orthof e do Ilan Brenman.
Conhecida também por “Dona Sobre”, por conta do instagram @sobreissoeaquilo
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