Por Ana Paula Rodrigues
É tempo de brindar o brincar! E quando não é?
Há tempos escuta-se por aí, no universo da maternidade ou no contexto educacional, frases sobre a importância do brincar, tais como, “brincar é a principal atividade das crianças”, “deixem as crianças brincarem”, “brincar é coisa séria”, entre outras afirmações. Mas, na prática vejo cada vez menos coerência.
Recebo crianças e famílias em meu consultório com diferentes queixas e demandas:
– “A escola acha que meu filho precisa de um reforço”;
– “Ele já tem 6 anos e ainda não se alfabetizou”;
– “Está chorando muito”;
– “Não consegue cumprir regras”;
– “Não sabe lidar com limites e não gosta de ouvir NÃO”;
– “Desde que a irmã nasceu mudou muito o comportamento”;
– “Bate muito nos colegas e, às vezes, bate até nos adultos”.
– Mostra-se irritado, dorme mal…”
Mas ninguém, ninguém mesmo, nunca me procurou para garantir ao filho um espaço para brincar, um tempo para ampliar o repertório de brincadeiras, para usar esta linguagem de maneira organizada e sistemática!
Brincar é muito mais do que rodear a criança com brinquedos ou deixá-la envolvida por um tempo com materiais coloridos. Brincar é muito mais que deixar passar o tempo enquanto os adultos fazem suas tarefas, ou, adquirir dezenas de jogos que prometem ajudar na construção lógico-matemática ou até mesmo nas hipóteses de escrita e formação de palavras.
Para brincar não basta deixar a criança imersa em uma montanha de opções.
Sim! Elas podem brincar independente dos adultos! E o fazem com maestria! Mas isso não é tudo!
É preciso aprender a brincar! Assim como qualquer outra linguagem, o Brincar também pede interação, troca, diálogos!
Portanto, assente-se com o bumbum no chão, aproxime-se das crianças, peça permissão para entrar na brincadeira.
hora de brincar! entrando na brincadeira com elas
Faça cena de que não entendeu e deixe que ela explique ou mostre como se brinca, faça perguntas, ocupe o lugar de quem deseja aprender também.
Lance um desafio, provoque a busca de maiores possibilidades, favoreça a infinidade de jeitos de brincar com um mesmo objeto, transforme ambientes com panos e caixas, relembre brincadeiras de sua infância ou do “tempo da vovó” e conte sobre elas, resgatando o valor cultural impregnado nas formas de brincar!
“Mas como vou fazer isso??? Estou sem tempo e não sou boa nisso.” Comece com frases e atitudes mais ou menos assim, ó:
– Hummm! Que legal! Posso ficar aqui pertinho assistindo sua brincadeira?
– Também posso experimentar?
– Como você consegue fazer isso?
– Olha o meu jeito! Será que consegue fazer igual?
– E se essa caixa virasse um avião? Podemos voar! Vamos viajar?
– Podemos fazer uma cabaninha com esse pano?! Vai ser o nosso esconderijo!
– Xiiiii… Não vale fazer barulho para ninguém descobrir a gente aqui! (Sussurrando)
– Eu posso ser o filho?
– Esse potinho vai ser a panela! Vamos lá fora buscar gravetos e grama para fazer de conta que é a comida?!
– Já sei! Tive uma ideia: vamos virar bicho? Eu vou ser um sapo e vou pulando!
– Agora virei cobra e vou arrastar meu barrigão no chão!
Eu ficaria aqui por mais uns três dias listando possibilidades… Mas agora é sua vez! Já reservou uns minutinhos para brincar com os pequenos hoje?!
Vai lá! Experimente! Garanto que as conquistas serão imensamente maiores que o tempo dedicado a esta experiência!
Se sentir vontade, me conte como estão sendo estes momentos! Estarei aqui, na torcida, para que a “brincadeira” seja, de fato, a principal atividade da sua criança!
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MUITAS IDEIAS PRONTAS PRA USAR!
Conheça a AUTORA!
Ana Paula Alves Rodrigues é Psicóloga Infantil, estudiosa da Psicanálise e especialista em Educação, Psicologia e Psicopedagogia.
Trabalha em consultório particular com Crianças (Clínica Infantil), além de fazer formação de professores, assessoria a educadores e a pais e mães.
É autora do Instagram @ana_escuta_a_infancia onde se esforça para provocar reflexões sobre o universo infantil e suas múltiplas possibilidades, pautadas na concepção de “infância assistida” e suas linguagens.
Ana Paula Alves Rodrigues
ana.escutaainfancia@hotmail.com
+055 (31) 99413-1079
Psicologia Clínica Infantil
Psicopedagogia
Formação de Professores Ed. Infantil
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Olá já fiz um comentário e parabenizo vcs que se interessam em abrir discussões desses temas é importante que possamos discutir. Aproveito para deixar nosso site do projeto com músicas infantis.
Site:www.cantandocomascriancas.com.br
Facebook: Grupo Cantando com as Crianças.
Olá sou prof de educação infantil e vejo tudo isso na escola. Pela falta de espaços nas ruas e até mesmo nas casas as crianças desprenderam o brincar, e sabemos que o movimento é tudo para elas. É assim que desenvolvem a psicomotricidade. Falta um maior envolvimento das famílias nesta questão.